Em um movimento estratégico para fortalecer a indústria dos Estados Unidos e competir diretamente com a China, o presidente Joe Biden anunciou no dia 14 de maio a imposição de tarifas mais altas sobre uma ampla gama de importações chinesas. As novas tarifas abrangem veículos elétricos (EVs), baterias avançadas, painéis solares, aço, alumínio e outros produtos.
Medidas Tarifárias e Tensão Comercial
As novas tarifas incluem um imposto de fronteira de 100% sobre veículos elétricos chineses, um aumento significativo em relação à taxa anterior de 25%. Outros aumentos notáveis incluem tarifas sobre semicondutores e painéis solares, que passaram de 25% para 50%, seringas e agulhas, que subiram de 0% para 50%, e baterias de íons de lítio, que aumentaram de 7,5% para 25%. Esses aumentos ocorrem em meio a uma queda no comércio entre as duas maiores economias do mundo, exacerbando as tensões já existentes.
Declarações Presidenciais e Resposta da China
O presidente Biden afirmou: “Seja a gasolina, elétrico ou híbrido, nunca permitiremos que a China controle injustamente o mercado desses carros – ponto final”. Ele acusou a China de práticas comerciais desleais para dominar o mercado global de veículos elétricos. Em resposta, o Ministério do Comércio da China condenou as novas tarifas e prometeu retaliar, argumentando que essas ações prejudicariam os esforços de cooperação bilateral entre as superpotências.
Iniciativas para Fortalecer a Manufatura Nacional
Em 2022, Biden anunciou um pacote de financiamento para impulsionar a fabricação nacional e proteger cadeias de suprimentos críticas. Em resposta a essas iniciativas, a ABB, um fabricante global de robótica, anunciou recentemente uma expansão significativa de sua principal instalação de fabricação de robôs em Michigan. A empresa está investindo US$ 20 milhões para atender à crescente demanda nos setores automotivo, de embalagens e de maquinário, além de enfrentar desafios trabalhistas e interrupções na cadeia de suprimentos.
Aumento da Automação no Setor Industrial
O estímulo econômico promovido por Biden levou a um aumento na demanda por soluções de automação na manufatura. A Federação Internacional de Robótica (IFR) relatou que os fabricantes dos EUA estão investindo pesadamente em tecnologias automatizadas para melhorar a eficiência. Estimativas da ABB e da IFR indicam que os EUA são o terceiro maior mercado de robótica do mundo, avaliado em aproximadamente US$ 50 bilhões por ano.
Susanne Bieller, secretária geral da IFR, comentou: “O mercado dos EUA é particularmente interessante porque é mais aberto a empresas estrangeiras, pois não tem suas próprias marcas nacionais”. Isso contrasta com a China, que busca desenvolver suas próprias marcas, e o Japão, dominado por seus próprios players.
Implicações para o Setor Logístico
Para o setor logístico, essas mudanças nas tarifas e o foco em aumentar a produção interna e a automação representam novos desafios e oportunidades. As empresas de logística precisarão adaptar suas operações para lidar com as novas regulamentações tarifárias, mudanças nas cadeias de suprimentos e a crescente demanda por soluções automatizadas. A eficiência operacional e a capacidade de resposta às necessidades de um mercado em rápida transformação serão cruciais para o sucesso das operações logísticas nos próximos anos.
Fonte: Ursula O’Sullivan-Dale